
Copersucar apoia projeto de marcenaria do Instituto Tomie Ohtake
Como parte de sua Política de Sustentabilidade, a Copersucar apoia, desde 2015, o curso de Marcenaria promovido pelo Instituto Tomie Ohtake. Com duas edições por ano, o curso é direcionado a jovens de 14 a 18 anos em condição de vulnerabilidade social, matriculados na rede pública de ensino e/ou atendidos por serviços públicos de saúde, assistência social e abrigamento. A última turma concluiu o curso no dia 16 de dezembro, com uma exposição das peças produzidas no próprio centro cultural.
Segundo o analista de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Copersucar, Rafael Moura, a companhia já investiu R$ 1,08 milhão no projeto desde a primeira edição apoiada, capacitando 160 alunos. “Logo de início, a proposta nos encantou por ser um projeto que une cultura e qualificação profissional, o que conversa com nosso foco de investimentos sociais, e também pelo fato de ser realizado por um dos grandes proponentes de projetos sociais de São Paulo”, conta Rafael.
A proposta é apresentar o ofício da marcenaria como uma forma de expressão artística e criadora a partir do aprendizado de suas técnicas. Cada aluno é incentivado a elaborar objetos mobiliários em madeira, levando em consideração o potencial imaginário e criando possibilidades de realizá-lo solidamente em chapas, caibros, sarrafos e unindo as partes com cola, pregos e parafusos.
Com 96 horas de carga horária, divididas em quatro meses de duração e dois encontros semanais, o curso é ministrado por professores marceneiros e designers. A última edição foi exclusiva para alunos surdos, com intermediação de uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
As aulas desenvolvem a autoestima, a confiança pessoal e o senso de identidade dos alunos. Além disso, trazem resultados mais pragmáticos, como aquisição de habilidades capazes de trazer oportunidades futuras. Eles podem escolher se desenvolver nessa área e fazer dela a sua profissão. De forma coletiva, é uma possibilidade de fortalecimento das comunidades onde estão alocados.
Autoestima e empoderamento
Para o coordenador de projetos sociais do Instituto Tomie Ohtake, Claudio Rubino, a contribuição social se dá diretamente com o jovem que está atuando no projeto, mas se reflete, também, na família, que percebe existir uma capacidade produtiva e criativa exercida no curso. “Essa emancipação do jovem com deficiência é de grande valor para a sociedade. Um dos principais objetivos é a integração entre surdo e ouvinte, o desenvolvimento das habilidades, das capacidades de marcenaria e a ampliação de um repertório cultural e prático”, explica Rubino.
A monitora dessa turma e ex-aluna, Julia Bueno, conta que a experiência no projeto lhe abriu muitas oportunidades. “O curso foi muito importante na minha vida. Foi aqui que eu comecei a conhecer a marcenaria. Eu fiz uma mesa de computador, um armário para colocar no banheiro e um cachepô de flores. Quero continuar ajudando como monitora para que outros alunos possam se inspirar no meu exemplo, mostrando que o surdo é capaz”, relata.
Além de Julia, as aulas para os alunos surdos são acompanhadas pela intérprete Sueli Trindade. É dela a função de traduzir o curso na Língua Brasileira de Sinais. Ela acredita que o curso vai além de técnicas de marcenaria e oferece a oportunidade de empoderar esse público.