Do campo ao consumidor: o caminho do nosso açúcar
O caminho percorrido pelo mais doce dos insumos, desde o canavial até o cliente, é mais complexo do que parece. É por isso que vamos começar a divulgar uma série especial com três reportagens sobre a trajetória percorrida pelo açúcar, do campo até o consumidor final. Na estreia, falaremos sobre a transformação da cana em açúcar e etanol.
A cadeia produtiva começa nas 35 Usinas Sócias da Copersucar, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás. O cuidado agrícola adequado com a plantação aumenta a capacidade de extração do caldo nas moendas, o que impulsiona a produtividade. “Além da vocação e do cenário setorial, a capacidade instalada de produção definirá a estratégia de cada Usina Sócia como, por exemplo, se produção será maximizada para etanol ou açúcar”, explica o gerente Comercial Açúcar MI, Marcelo Soares.
O processo de extração do caldo da cana-de-açúcar ocorre nas moendas, também denominados ternos, resumidamente compostos por três rolos de compressão. Em geral, são utilizados de quatro a sete ternos, sendo o caldo extraído no primeiro deles mais rico em sacarose e, por esse motivo, geralmente é destinado à fabricação do açúcar. O caldo é bombeado até a área industrial, onde passa por diversas fases de tratamento para a retirada de impurezas (veja mais detalhes no infográfico abaixo).
A qualidade do produto final depende, sobretudo, das características da matéria-prima e do controle de todo o processo. Em virtude do tipo de cana, do solo, do clima e demais variáveis associadas à produção agrícola, só é possível definir a especificação final do açúcar depois de análise no laboratório da Usina. “A partir de uma grade de especificação previamente acordada com as Usinas, define-se o perfil de aplicação do açúcar, como a indústria de bebidas ou biscoitos, entre outras”, explica Marcelo. “Existe um importante movimento das Usinas para buscar adequação às demandas de qualidade, sustentabilidade, segurança de processos, produtos, certificações e outras exigências, que fazem do nosso produto referência nos mercados doméstico e internacional.”
Para onde vai o açúcar depois de ser analisado? Contaremos na próxima matéria, em que abordaremos as etapas de comercialização e logística.