Evitar focos de incêndio é responsabilidade de todos
Os incêndios podem ocorrer durante todo o ano, principalmente em períodos caracterizados pelo clima seco, pouca chuva, ventos fortes e altas temperaturas. Sua proliferação traz efeitos negativos a todos, do meio ambiente à economia, impactando principalmente a sociedade. Eles colocam em risco pessoas e animais, afetam a qualidade do ar e a saúde dos cidadãos, consomem áreas de mata nativa e destroem a biodiversidade. Isso, sem contar o risco de danificarem a rede de infraestrutura pública, como o fornecimento de energia, e causarem acidentes nas estradas, quando a fumaça prejudica a visibilidade dos motoristas.
De acordo com Sérgio Moraes, Presidente Nacional da Coopbombeiros (Cooperativa Nacional de Trabalho dos Bombeiros Civis), este ano vem se apresentando atípico devido às muitas situações adversas em todo o país. Institutos e ONGs que pesquisam o meio ambiente desde 1943 apresentaram estudos confirmando que 2020 tem registrado recordes em altas temperaturas, demonstrado também pelos estudos científicos na ONU. “Nosso país tem uma grande área agrícola e este longo período de estiagem favorece a combustão natural. Como agravante, somam-se as queimadas irresponsáveis, gerando prejuízo de vidas, agressões ao meio ambiente e muitas situações de prejuízo ao patrimônio público e privado”, completa.
Evitar que os incêndios aconteçam é um desafio e obrigação de toda a sociedade, desde o setor privado ao público, passando pela própria população. Para impedir que os focos de incêndio apareçam é importante que todos façam a sua parte.
É o caso do setor sucroenergético, que de forma proativa vem trabalhando para mudar este cenário há décadas. No início deste século, as usinas começaram um processo de modernização no campo, transformando a colheita manual em um método integralmente mecanizado, eliminando a necessidade de realizar as queimas controladas para cortar a cana-de-açúcar. Na época, as empresas assinaram diversos compromissos para tornar a operação mais segura e sustentável, uma vez que a mudança ainda reduziu a emissão de monóxido de carbono na atmosfera. Esta conscientização levou os produtores a um compromisso perene com a sociedade e com o bem-estar da população de cada município vizinho aos canaviais
Um bom exemplo vem da maior empresa comercializadora de açúcar e etanol do mundo. Hoje, as 34 usinas associadas à Copersucar possuem um elevado grau de mecanização, principalmente nas atividades para a colheita, sendo que nenhuma das unidades utiliza a prática da queima em seus canaviais. Além disso, cada uma delas dispõe de equipes brigadistas e possuem mecanismos para evitar e combater a ocorrência de incêndios acidentais, além de contar com fundamental apoio dos bombeiros socorristas.
A usina São Luiz, associada da Copersucar localizada na cidade de Ourinhos (SP), também usa a tecnologia para combater os focos de incêndio, como a inclusão de pontos de monitoramentos que cobrem todas as áreas de atuação. A empresa que possui caminhões de bombeiros com equipamentos apropriados, realiza adequação de aceiros em área de preservação permanente (APP) e carreadores internos, além de criar obstáculos para evitar o trânsito nas propriedades e realizar constantes treinamentos com as suas brigadas de incêndios próprias. “Nós cumprimos à risca a Resolução SMA 81 de 2017 e atendemos à portaria CFA 16 de 2017 na sua íntegra. Somos conscientes e tornamos nossos colaboradores conhecedores das regras estabelecidas. Boas práticas têm, com certeza, evitado ocorrências e prejuízos ao meio ambiente e comunidade”, comenta Adriana Quagliato Vessoni, Diretora Executiva Financeira da Usina São Luiz.
A Umoe Bioenergy S.A, outra usina associada da Copersucar, também dedica especial atenção aos carreadores presentes no interior e no entorno das suas áreas de cultivo, que acabam se constituindo em aceiros, um mecanismo empregado no processo operacional da cana-de-açúcar que serve de barreira à propagação de eventuais incêndios. A unidade que está localizada em Sandovalina (SP) possui caminhões pipa, dotados de tanques de 15 mil litros e canhão de água, que são estrategicamente locados para permitir o monitoramento e o pronto combate às ocorrências. Há ainda uma caminhoneta que, por possuir maior mobilidade, possibilita o primeiro atendimento mais rápido, além de permitir o transporte de outras ferramentas acessórias como abafadores, mangueiras e bombas costais.
A mecanização das colheitas trouxe ganhos na produtividade das usinas. O método antigo, realizado com fogo, provocava perda de açúcar, atrasos nas colheitas e queima de brotos, o que prejudicava o rendimento da safra seguinte e fazia com que o solo diminuísse a sua fertilidade. Hoje, as máquinas colhedoras trabalham com mais eficiência as canas cruas do que as queimadas, que se inseridas no atual sistema das usinas, poderiam levar mais impurezas ao processo industrial, resultando em mais um prejuízo.
Vale lembrar que, atualmente, as usinas aproveitam toda a estrutura da cana-de-açúcar, incluindo a palha que gera energia limpa e renovável, usada no próprio processo industrial e comercializada nas redes de transmissão, contribuindo para uma matriz energética nacional mais limpa.
A população também deve fazer a sua parte
Muitas vezes, o fogo nas plantações surge nas áreas limítrofes com as rodovias ou de fácil acesso, provocado por ações inadequadas da população que descarta o lixo de forma incorreta, joga bituca de cigarro no mato, realiza a soltura de balões, entre outras atividades ilegais. Uma latinha de alumínio jogada em uma vegetação seca, por exemplo, quando associada aos raios solares, pode facilmente iniciar um incêndio.
A população tem um papel muito importante, tanto na prevenção, evitando acidentes, como denunciando queimadas ou práticas criminosas. Por isso, os produtores investem fortemente em ações de conscientização para mudar o comportamento e as atitudes que potencializam riscos de incêndio.
As usinas da Zilor, associada à Copersucar localizada no centro-oeste do Estado de São Paulo, vem promovendo uma campanha de comunicação em parceria com a Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (ASCANA), para prevenção de incêndios. Com o tema #Juntos contra o Fogo e a mensagem “prevenir incêndios é melhor do que apagar”, a empresa reforça a importância da população para atitudes simples como, não jogar tocos de cigarro ou fósforo às margens das rodovias, não queimar lixo nas áreas próximas aos canaviais, evitar acender fogueiras e não limpar terrenos e estradas com fogo. O trabalho de conscientização ainda orienta a procurar órgãos ambientais, o corpo de bombeiros e as brigadas civis antes de fazer a renovação de pastagem e acionar a polícia civil em caso de atividades suspeitas próximo aos canaviais. “Juntos podemos promover e conscientizar as comunidades para que entendam a importância de preservar o meio ambiente e denunciar os incêndios criminosos. É a partir da cooperação que vamos garantir um ambiente seguro e ar mais puro para todos”, reforçou Fabiano Zillo, presidente da Zilor.
Signatária do Protocolo Agroambiental com Programa Etanol Mais Verde, a usina São Luiz vem veiculando ações com o slogan ambiental “Meio Ambiente Começa no Meio da Gente” e realizando, em parceria com a polícia militar ambiental, palestras de conscientização a respeito de incêndios na sua comunidade interna.
A Umoe Bioenergy S.A desenvolveu processos de educação ambiental junto às comunidades dos municípios vizinhos e aos colaboradores das frentes de colheita. Por entender que a educação é a força motriz das mudanças que a sociedade necessita passar; e por acreditar que as crianças podem servir como influenciadores das famílias, a usina trabalhou palestras com mais de 600 crianças do 6° ao 9° ano nas comunidades, além de uma dezena de docentes.
“Acompanhamos o trabalho da Copersucar através das sedes administrativas junto com o poder público, entidades, grupos de brigadistas independentes e bombeiros militares estaduais, de maneira a impulsionar seus programas socioeducativos na área de prevenção e combate a incêndios, tanto para funcionários da empresa, quanto para as comunidades locais. Estas ações comunitárias e outros programas de integração homem-natureza têm o reconhecimento da sociedade e, particularmente, da Coopbombeiros-Bombeiros Socorristas”, conclui Moraes.
Para conferir mais detalhes das práticas sustentáveis da Copersucar, acesse o relatório de GRI disponível no site da empresa.